Saudades e algumas questões...
Recebo uma mensagem que diz: "Mãe, estamos num sítio que gostas muito, no The Greyhound Inn." . É verdade que gosto muito, e rapidamente me lembrei da última refeição que lá comi, há cerca de dois meses:
Sizzling king prawns in a chilli, garlic, ginger, lemon grass & parsley butter served with crispy ciabatta
Baked mushrooms in a creamy garlic & parsley sauce served on a garlic ciabatta topped with a pancetta crumb
Slow braised blade of beef on a bubble and squeak mash with honey glazed roasted vegetables, wilted greens and red wine reduction
Lembro-me de uma comida conforto e muito saborosa, de um ambiente acolhedor de pub, do ruído característico destes espaços, da janela com vista para o canal mesmo ali à porta.
Do passeio à beira do canal depois do almoço, com um ambiente calmo e barcos sempre a passar. Lembro-me das pequenas eclusas e de por vezes ficar a observar todo o processo necessário para as passar.
Disse-lhes: "Divirtam-se e aproveitem!". Pensei "Já tenho saudades!".
Mas mais do que isso, pensei que os ingleses preservam muito bem estes espaços com características muito particulares, modernizando-os por vezes, mas sem os descaracterizar. Mais do que isso, são espaços muito vividos. Pensei também na comida, pratos tradicionais sempre tão presentes, os Sunday Roast que continuam a ser sempre oferecidos ao domingo em muitos espaços, os Cream Teas disponibilizados em todo o lado...
Pensei, que era bom que também nós fizéssemos isto. Mas rapidamente me apercebi que também continuamos a fazê-lo, a nossa comida tradicional ainda é muito presente nalguns espaços. Não sei se mais se menos, não sou capaz de avaliar.
De seguida veio-me à memória uma frase muito dita por portugueses que vão a Inglaterra: "Não se come nada de jeito. Não têm cozinha própria.", nada mais longe da verdade. De facto a perspectiva depende da pequena amostra que vimos, depende das expetativas, ou seja depende da experiência que temos no local e da nossa experiência prévia, e também do nosso feitio, dos nossos gostos, do nosso grau de abertura. Haverá uma verdade absoluta?
Mas tenho saudades... E de repente veio-me à memória uma visita a uma exposição no Birmingham Museum & Art Gallery em que ao ler o processo de preparação daquela exposição temporária dizia: