Os meus scones
Gosto muito de fazer scones. Faço-os muito regularmente, às vezes para um lanche, mais frequentemente para um pequeno almoço tardio de fim de semana.
Gosto por várias razões. Porque gosto de scones. Porque é tão bom pegar num scone acabado de fazer e abri-lo (sem faca, há regras a seguir para comer scones de forma adequada), colocar sobre ele um pedaço de manteiga bem fria e vê-la começar a derreter-se por ele. É igualmente bom comê-lo com um doce de fruta. Os meus doces preferidos são os que faço - está na época dos morangos e breve tenho que deitar mãos à obras - há sempre no armário uns frasquinhos de doce de morangos com baunilha e de morango e tomate. Há dias até descobri uns que estavam esquecidos de doce de ameixa e de doce de pêra com chocolate que me souberam muito bem com uns scones.
É também muito compensador fazer scones, são menos de 20 minutos do início ao fim do processo, a recompensa pelo trabalho chega quase de imediato. Pelo meio ainda tenho o bónus de vê-los ir mudando através da porta do forno, enquanto faço um bom chá. Logo que saiem do forno é a melhor altura de os comer.
Mas ainda há outra razão, há quase 15 anos, quando comecei a fazer as actividades "A Cozinha é um Laboratório" com a Ciência Viva, foi uma das primeiras actividades que preparei. Fazíamos scones e explicávamos as razões dos diferentes passos. Cheguei a fazê-los a quatro mãos com o Joaquim Figueredo para uns "clientes" exigentes.
Aonde uns scones me levaram, tenho que dizer que quando comecei a escrever o post nem me lembrava disto, é uma das razões porque gosto de escrever sobre estes assuntos ... Os caminhos inesperados, as memórias que desperta, as reflexões que origina...
Foi também um dos temas sobre os quais escrevi no meu livro, e da Margarida Guerreiro, A Cozinha é um Laboratório. Assim tenho sempre muito presente todos os fundamentos do processo, e à medida que os vou fazendo, estou a racionalizar cada passo.
Os scones e eu, por tudo isto, temos uma ligação para a vida...