Kinkan Daifuku e Tuyaguri: a estética e o sabor dos doces japoneses
Depois da exuberância da pastelaria francesa, com influências americanas, da Dominique Ansel Bakery, entrei no metro em Victoria, mas saí logo na estação seguinte, Green Park, e caminhei por Piccadilly Street. Muitas lojas de algum luxo e algumas delas de comida. Há já alguns anos que não caminhava por ali. Tive que parar à porta de Maille Boutique, a loja é linda, as cores das mostardas e vinagres e os frascos alinhados são muito atraentes, as mostardas frescas não embaladas uma experiência a ter um dia. Mais à frente entrei na Fortnum & Mason, onde o luxo continua em todos os produtos oferecidos. Um expositor com mel de todas as partes do mundo. Todas as tonalidades de amarelo e castanho... maravilhoso. Pelo meio também mel português.
Saí e atravessei a rua, a loja da Ladurée, a mesma sensação de há uns anos atrás... Pouco atraente. Um balcão quase, com uma decoração que parece a mesma há anos, com um ar um pouco decadente. Não me atrai... Mas quase ao lado, na loja da Minamoto Kitchoan, tive mesmo que entrar. O contraste com a loja onde tomei o pequeno almoço é enorme. Contudo ambas deixam-me parada em frente dos expositores, impossível provar tudo, mas é tão bom ver! Ambas reflectem culturas bem diferentes. E esta diversidade é fascinante.
Belíssimos os doces japoneses, a sua estética, as lindíssimas e cuidadas embalagens (vêm do Japão), assim como as bonitas e bem realistas representações em cera. Doces com características muito próprias. Diz o site da Minamoto Kitchoan que reflectem a cultura tradicional e transportam a alegria e harmonia das quatro estações. Levam-nos a várias partes no mundo, as duas lojas de Londres são as únicas na Europa.
Tenho sempre que trazer algum, e como já ali não ia há muito tempo, comprei dois para comer em casa. Um Kinkan Daifuku, ou seja um mochi composto por um kumquat inteiro, envolto numa pasta de feijão branco, e no exterior a pasta de arroz glutinoso característica deste tipo de bolos. Muito bom o conjunto diversificado de texturas, o sabor cítrico forte do kumquat, a cremosa e doce pasta de feijão e depois a camada exterior elástica e com um sabor mais neutro. O outro foi o da foto anterior, um Tuyaguri - uma castanha confitada em mel, envolta numa pasta de castanha gelificada com agar. Excelente o contraste de texturas com o mesmo sabor a castanha.
À saída reparei no bolinho comemorativo do Ano Novo Chinês, o Ano do Cão que tinha acabado de começar.
1ª Foto DAQUI