João e os Pés de Feijão - leguminosas para o jantar
A nossa alimentação não está de acordo com o preconizado pela Roda dos Alimentos, comemos em excesso produtos alimentares dos grupos da “Carne, pescado e ovos” e “Óleos e Gorduras” e, por outro lado não comemos o suficiente de “Hortícolas”, “Frutos” e “Leguminosas secas” (Balança Alimentar Portuguesa 2008/2012).
Comemos poucas leguminosas, bem menos do que devíamos, e é importante comê-las. Por isso a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estabeleceu 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas. Várias acções têm sido levadas a cabo para incentivar o consumo de leguminosas, e fui há algumas semanas convidada para uma destas acções na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa. Um jantar de comemoração do Ano Internacional das Leguminosas.
O jantar, sob orientação do Chefe João Antunes, exigiu que os alunos pesquisassem sobre leguminosas e construíssem um menu em que todos os pratos continham leguminosas. Mas sobretudo em que estas eram introduzidas de formas pouco óbvias, o que exigiu que os alunos "pensassem fora da caixa". Depois foi aplicar as técnicas estudadas para a concretização das ideias criativas.
Foi uma experiência muito interessante, com pratos com muita qualidade. Um jantar que cuidadosamente fotografei para mais tarde poder recordar e transmitir a experiência. Acontece que perdi todas as fotos quando, recentemente, perdi o telemóvel onde as tinha. Tal impede-me de descrever o jantar com o detalhe com que gostaria de o fazer. Ficam no entanto aqui algumas fotos que consegui obter. Na do início do post pode ver-se o empratamento da sobremesa e nas seguintes dois dos pratos.
Terra e rebentos
Pataniscas de feijão com arroz de bacalhau e gel de coentros
Adorei a pré-sobremesa, feijões cozinhados 8 horas a baixa temperatura numa calda de açúcar. O pote de feijões que chegou à mesa era uma tentação... viciante.
Faz-se trabalho muito interessante nas Escolas de Hotelaria e Turismo e os almoços da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, abertos ao público a preços muito acessíveis, são disso uma boa montra. De facto, proporcionam óptimas experiências, e por isso estão quase sempre esgotados. Os jantares ocorrem mais ocasionalmente. Naqueles a que fui o nível foi sempre bastante alto, em termos dos pratos servidos e também do serviço. De facto são sempre o trabalho comum de uma turma de produção de cozinha e de uma outra de serviço de mesa e bar. No caso deste jantar a turma de Gestão e Produção de Cozinha (2º A) do Chefe João Antunes preparou o jantar, que foi servido pela turma Gestão Hoteleira Restauração e Bebidas (1º B) do Chefe António Correia.
Estes estudantes têm uma formação de base que lhes permite evoluir muito se assim o desejarem. Poderão no futuro dar importantes contribuições para a cozinha em Portugal.