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Out19

As conversas da mesa ao lado que teimavam em confirmar que o que tinha acabado de saber não era justo...

Às vezes é difícil não ouvir as conversas das mesas ao lado...

Enquanto comia o meu Carpaccio de Mão de Vaca com Grão, na mesa ao lado passava-se o seguinte:

Chegou o Ceviche Prestige e a conversa foi:

Ela - UAU!

Ele - O que eu gosto aqui é que é tudo genuinamente diferente.

Ela (depois de provar) - Adoro! Se não fosses tu nunca ia conhecer este lugar.

[...]

Ele (depois de provar o Bao de Corvina) - Hoje ainda está melhor do que da última vez que cá estive.

Eu suspirei... o meu prato também estava muito bom. Pena não o poder comer muito mais vezes...

16 comentários

Anónimo 21.10.2019

Paulina, a repeito do post em questão, sugiro a leitura do " A TIME OUT DIZ", de 12.08.2019.
Paulina Mata 21.10.2019

E onde vejo isso?
Paulina Mata 21.10.2019

Já consegui encontrar e li, aliás o Adriano já me tinha falado disto.

O comentário da Time Out é muito positivo. Houve um problema com um prato, o berbigão tinha areia, acontece...

Apesar disso a classificação da Time Out foi de 4 num máximo de 5. Muito boa.

Tiveram azar, eu devo ter ido ao FOME bem mais do que 10 vezes, sozinha, e em grupos maiores ou menores. Várias vezes comi o dito xarém. Sempre sem problemas. Tal como disse neste post, é impossível algumas vezes não ouvir as conversas nas mesas au lado. Uma vez estava um casal em que a senhora dizia que era do Algarve adorava xarém, mas que o melhor que tinha comido era o do FOME.

Coisas que acontecem... mas não definem um restaurante.

O que o define, é muito do resto que é dito na referida crítica (embora eu não concorde com alguns comentários) e em particular isto:

... o Fome tem o encanto da liberdade e da paixão pela cozinha, própria de quem gosta do que faz. Com um ano de vida, nota-se o entusiasmo pela descoberta, pelo produto fresco e de qualidade acima da média...

... O Fome é um desses sítios onde podemos ser surpreendidos com combinações e produtos raros, a um preço razoável. Adriano e Fábio são já de uma geração de cozinheiros qualificados que tem orgulho na cozinha portuguesa e a quer elevar, respeitando a sua essência...

Com que concordo em absoluto com estes dois comentários. Se há coisas que podiam ser melhoradas? Como em tudo e sobretudo num restaurante com um ano em que se vê um grande entusiasmo pela descoberta.
Anónimo 21.10.2019

Muito bom Paulina. Foi uma avaliação altamente positiva. 4 em 5. É excelente.
Mas, ficou-me uma dúvida a respeito das tuas observações.
...(embora em não concorde com alguns comentários).
Seriam esses, transcrevo:

...até o xarém de areia, este Fome estava a ser interessante.
...E depois o malvado xárem. "Cheio de areia" "Ninguém nunca se queixou" disse o empregado, que foi depois comunicar a falha à cozinha. Atrás dos fogões estavam os dois jovens cozinheiros e sócios. ... Quando voltou o empregado não tinha nada para explicar. E minutos depois os cozinheiros vieram à rua para uma pausa, pararam para uma pausa, pararam para uma conversa com um deputado do Bloco de Esquerda, e por nós passaram sem nada dizer sobre a areia. No final, o xárem incomestível apareceu todinho na conta...
... Não foi bonito. A falha em teoria não é particularmente grave. Hoje em dia, os bivalves são depurados antes de irem para o consumidor... Mas, o que escanizou mais foi a forma displicente como os cozinheiros/proprietários lidaram com o assunto.
... Além deste caso, houve ainda outros sinais de arrogância culinária, ora na versão somos muitos modernos, ora em modo na escola-de-hotelaria era assim. O maior exemplo de modismo exarcebardo foi o abuso de plantas halófitas, essas que crescem junto ao mar, ... Nao é o caso único, outros restaurantes de Lisboa andam armados em dunas. ...
... são uma geração de cozinheiros qualificados que tem orgulho na cozinha portuguesa e a quer elevar, respeitando a sua essência. Oxalá prossigam o caminho sem esquecerem que, no final, o seu ego criativo deve conviver com a experiência do cliente, e que ainda há muito para melhorar...

Comentários de Alfredo Lacerda. Publicado: segunda-feira 12 de agosto 2019.
Paulina Mata 23.10.2019

Sobre haver areia ou não, não sei, não comi aquela dose, não tenho que concordar e discordar.

Sobre a forma como o assunto foi resolvido. Do que conheço, e da experiência de muitas visitas, acho estranho. Compreendo que se esta foi a perceção do jornalista que diga o que disse, mas não sei se tudo se passou exatamente como descrito. Por vezes há aspetos que que só ouvindo as duas versões se podem esclarecer. E sabendo-a (eu sei há algumas semanas, mas não me compete contá-la) talvez se percebesse que há aspetos que permitem compreender tudo o que se passou.

Já discordo (e era a isso que me referia) quanto à arrogância culinária, e o ego criativo, que nunca senti, antes pelo contrário. E pelos visto não foi nada tão grave que impedisse o crítico de dar 4 em 5 ao restaurante. Nem sequer senti alguma vez o modismo exarcebado. Usando as palavras do próprio crítico senti "o encanto da liberdade e da paixão pela cozinha, própria de quem gosta do que faz [...] o entusiasmo pela descoberta, pelo produto fresco e de qualidade acima da média". O uso de halófitas em 3 pratos (que nem sequer fazem parte de um menu pré-definido, são pratos que foram escolhidos), não me parece que justifique o comentário feito. E se foi essa a situação mais grave... está-se bem.

Há coisas que podiam melhorar como em tudo (por exemplo nas críticas da Time Out, que têm frequente muito que se diga, já cheguei a escrever para lá indignada).

O FOME é um bom restaurante, que não precisa desta defesa, o trabalho que faz é suficiente. Escrevi um post a referir a tristeza pelo fim deste projeto, e nem entendo a necessidade de o atacarem.

Adriano 19.10.2019

Muito obrigado pelas simpáticas palavras. Saúde para todos, isso é que é importante. Grande abraço
Carlos Alexandre 19.10.2019

Abraço para si também, Adriano. Fico a aguardar um próximo projeto que acredito, pelo comentários sobre o atual, poder valer muito a pena.

Carlos Alexandre 19.10.2019

Ainda não fui, mas estava a planear ir.

Depreendo que vá encerrar. Muda de localização, ou é mesmo definitivo para já?
Paulina Mata 19.10.2019

Se quer ir, vá na próxima semana :(
Anónimo 19.10.2019

Lamento que nosso jantar não tenha acontecido no FOME. Havia uma possibilidade de Paulina, Carlos Alexandre, o próprio Adriano e eu, que, por sinal, estou em Lisboa. Desejo sucesso ao Adriano e, quem sabe, ainda volto lá na próxima semana. Estará aberto até quando?
Anónimo 19.10.2019

Desculpem. Falta de prática. O anônimo é o Fernando.

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