O peixe à porta - novas descobertas 2
Nasci numa terra pequena na Beira Baixa. Bem, verdade, verdade, nasci na Av. António Augusto de Aguiar em Lisboa, mas com poucos dias fui para casa na Beira Baixa. Vivi muitos anos numa casa grande, onde ainda passo férias, onde a fruta se apanhava das árvores, os vegetais vinham da horta e na mercearia se comprava o arroz, a farinha, o café... Por baixo do terraço em frente da porta da cozinha eram os galinheiros, de onde de vez em quando saía uma galinha para o jantar. Uma galinha que conhecíamos desde quando era ovo... o meu Pai alugava uma chocadeira para ovos de galinha e durante algum tempo seguíamos o processo com curiosidade, os pintos iam saindo, passavam então para o galinheiro dos pintos, onde uma lâmpada grande fornecia o calor necessário para o bem estar deles, e iam crescendo. A carne de porco vinha das matanças na fábrica, mas havia também a casa dos porcos onde durante um período viveram três porcos, mas acredito que a razão foi nós (as crianças) vermos de onde vinha o que comíamos. Às vezes comprava-se cabrito, na época da caça davam ao meu Pai, ou compravam-se, coelhos, lebres e perdizes. Vaca só comi em adulta, quando vim para Lisboa. Peixe... às vezes havia bacalhau, de que eu não gostava, e dava frequentemente discussão à sexta feira em que não se comia carne. Às vezes da mercearia vinham também umas latas de atum, e na época da lampreia havia lampreia. Raramente havia peixe naquela terra e, quando havia, acredito que a frescura não fosse a mais recomendada, portanto não fez durante muito anos parte dos meus hábitos comer peixe em casa.
Depois, fui comprando e cozinhando de vez em quando, esporadicamente... comia mais frequentemente fora de casa do que em casa. Nos últimos anos, se me perguntassem se gostava mais de peixe ou de carne, diria peixe. Mas continuava a comer mais fora de casa do que em casa, até porque comprar envolvia alguma disponibilidade e planeamento, nem sempre possíveis. Um dos (inesperados) efeitos deste Covid19 na minha vida, foi levar-me a consumir mais peixe em casa, até a cozinhar mais peixe do que carne nos últimos meses.
Um dia descobri o Peixe à Porta, da Nutrifresco. Já conhecia, muito bem, a Nutrifresco como fornecedores de peixe para restaurantes, sabia da qualidade do peixe que vendiam. E decidi experimentar encomendar peixe.
Nas primeira vezes não havia o Peixe à Escolha apenas os Cabazes, vários tipos, mas o que vinha era sempre surpresa. Comprei um cabaz, e chegou um peixe fresquíssimo, arranjado e que me deu muito prazer comer. Da segunda vez pedi um cabaz de peixe e outro de marisco. E a qualidade da experiência foi idêntica. Da terceira vez já havia o peixe à escolha, mas eu estava a gostar da experiência, e voltei a pedir um cabaz e algum peixe e marisco extra, e da quarta vez fiz o mesmo. Acho que cozinhei bem mais peixe nestes últimos meses, do que cozinhava num ano inteiro.
É engraçado, nunca tive a menor atração pelos cabazes com vegetais, sempre preferi escolher o que queria, mas no peixe estou a achar o desafio de cozinhar peixe que não tinha o hábito de consumir em casa muito divertido. Também gosto de não ter que escolher, de receber a caixa sem saber o que lá está dentro. Da surpresa ao abrir...
Este pesadelo que vivemos levou a Nutrifresco a desenvolver uma nova área de negócio, o que me permitiu comer melhor, e fazer algumas novas descoberta e experiências que melhoraram bastante a minha qualidade de vida durante este confinamento. Um hábito que veio para ficar!
Fotos do site do Peixe à Porta