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11
Jan20

Substitutos da carne baseados em plantas - cada vez mais parecidos e mais acessíveis

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Há dias li um artigo que se intitulava Alain Ducasse slams plant-based meat products like Beyond Meat. Nele Ducasse era descrito como um chefe que respeita a natureza e a sazonalidade, tendo inclusivamente um menu vegetariano no Plaza Athenée. Falavam do facto do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas ter aconselhado uma redução de 50% no consumo de carne. Ducasse concordava que não é necessário comer tanta carne como comemos, e dizia que no futuro se comeria muito menos carne, mas de melhor qualidade e de animais criados de uma forma menos prejudicial para o ambiente. Até aqui tudo ia bem.

 

Mas a certa altura resolveram perguntar-lhe sobre os substitutos da carne baseados em plantas, como o Beyond Burguer e o Impossible Burguer, pois estas empresas, entre outras que produzem substitutos da carne, têm visto os seus lucros crescerem a pique, já que os seus produtos têm tido uma enorme aceitação e sucesso. O chefe foi menos entusiástico sobre eles, o que também não me admirou. Ducasse é Ducasse, e certamente não terão lugar nos seus restaurantes, nem é esse o público alvo.  O que me admirou foi terem-lhe feito perguntas sobre este assunto, mas tudo bem... O pior foi a resposta... Tal como seria provável Alain Ducasse não sabia do que estavam a falar, não o assumiu, mas foi fácil ver pela sua resposta:

“ainda acreditamos que precisamos que pareça carne picada, mas não precisamos que um picado vegetal pareça picado carne, deve parecer uma mistura de vegetais, ponto final. ”

 

Hoje ao ler no Público um artigo sobre um novo restaurante em Lisboa, vi que os hambúrgueres que serviam eram da Beyond Burguer e lembrei-me da entrevista a Ducasse. Lembrei-me também que há muito que andava para escrever um post sobre estes hambúrgueres e achei que era a altura.

 

A primeira vez que comi um hambúrguer da Beyond Burguer, penso que foi há cerca de um ano. A minha filha comprou uns, pois andava muito entusiasmada para provar, já que tinham começado a ser comercializados no Reino Unido, embora já estivessem disponíveis nalguns restaurantes. Achei que era uma excelente imitação de carne e que teria dificuldade em os distinguir de hambúrgueres idênticos de carne. Na altura não se vendiam cá e de uma vez que fui a Inglaterra trouxe uns para dar a provar aos meus alunos. Estavam 15, quase todos cozinheiros, e todos disseram que não diriam que não era carne. Claro que não são uns hambúrgueres de uma carne picada à mão, devem ser comparados com outros hambúrgueres disponibilizados para consumo corrente. Posteriormente, soube que se vendiam em Portugal, na Makro e no Continente e já tenho comprado (penso que não estão disponíveis em todos, tenho comprado on-line).

 

Os hambúrgueres da Beyond Burguer (na foto inicial do post) não são vegetais picados aglomerados, envolvem muito mais investigação e tecnologia. Um trabalho que vai muito para além do que é possível fazer numa cozinha. O público alvo nem são necessariamente veganos, até já ouvi alguns dizerem que não os conseguem comer, tal a semelhança com a carne. Até o cheiro quando são cozinhados é parecido. O público alvo são aqueles que querem reduzir o consumo de carne, os flexitarianos, e pelos vistos são bastante. Uma polémica recente no Reino Unido com a Burger King, que passou a vender hambúrgueres 100% de origem vegetal, parece demonstrá-lo. Este produto não é anunciado como vegano ou vegetariano, pois é cozinhado na mesma grelha que os hambúrgueres de carne, destinando-se principalmente aos flexitarianos.

 

Mas o que é então o Beyond Burguer?  Fica para o próximo post que este já vai longo...

 

1ª Foto DAQUI  

 

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