Lino - Jay Rayner escolheu-o para terminar 2018, e eu para começar 2019
No último dia de 2018 li uma crítica de Jay Rayner no The Guardian. Dizia que tinha escolhido, propositadamente, para a última crítica do ano o restaurante Lino em Londres, pois a sua aproximação à cozinha era muito característica de 2018. O restaurante ocupa o espaço de uma antiga fábrica de linóleo, perto do Barbican e do mercado de carne de Smithfield.
No seu site o Lino apresenta-se como oferecendo uma "nova abordagem" para comer e beber fora, e diz:
We re-use, re-love and re-imagine. From salvaged light fittings to our sustainably sourced materials – we give overlooked pieces a chance to shine.
We bake, ferment, pickle and cure onsite. We mix old classics and shake up new combinations. We make the most of seasonal shrubs, herbs, fruits and veg - everything we serve is inspired by what’s available.
Como refere Jay Rayner, fazer algo genuinamente novo numa cidade como Londres (e eu digo que é uma situação geral), é uma tarefa difícil. Do que li, compreendi que o trabalho que faziam estava muito na linha da aproximação à cozinha atual - sustentável, sazonal, fermentações, fazer o próprio pão, ingredientes mais "terra a terra"... Não esperava nada muito original, nem precisava, nem me apetecia, estou um pouco cansada desta necessidade constante de originalidade, mas o Jay Rayner dizia que a comida era excepcionalmente boa. Terminava o comentário a um dos pratos dizendo que merecia se lambessem as pontas dos dedos. Ficou imediatamente decidido que lá iria nos dois dias que ia passar a Londres no início do ano.
Não estava na melhor forma... mas que isso não me impedisse de ir conhecer um novo restaurante. Era uma boa maneira de começar o ano, mesmo que exigisse uma refeição relativamente simples e leve. Assim, a escolha recaiu sobre a Lasagne of Pumpkin, Jerusalem Artichocke and Parmesan assim descrita por Jay Rayner: "Uma lasanha de abóbora e alcachofra de Jerusalém, feita com dobras de massas sedosas e amarelas como manteiga, é o melhor do outono elevado a luxuoso."
Tenho que confessar que não gosto particularmente de abóbora, e achei o prato delicioso! Mesmo muito bom!
Em grande parte dos restaurantes a sobremesa é o elo mais fraco, a crítica que li dizia que não era o caso do Lino. Escolhi o Croissant Bread and Butter Pudding, Marmalade and Coffee, mas não tinham no dia. Fiquei com pena, e decidi-me pela Earl Grey Custard Tart and Lemon Sorbet. Delicioso! Acho que a fotografia dá para adivinhar a textura muito cremosa, mas densa. Não muito doce, a massa da tarte finíssima, a combinação com sorvete de limão perfeita! Talvez me tenha impressionado mais do que o prato.
Estes espaços industriais adaptados por vezes comprometem o conforto. O espaço era bonito e agradável, mas um pouco frio, não sei se era assim em todo o restaurante, mas reparei depois que a maior parte das pessoas da zona onde estava tinham o casaco vestido. Imagino que seja difícil aquecer espaços como aquele.
O preço, mais uma vez um aspeto positivo. Londres, um restaurante na moda, e com os dois pratos e uma cerveja artesanal a conta foi de 23,6 £, a que adicionaram 12,5% de serviço, sendo o valor final de 26,55 £.
Uma coisa de que gostei muito é que o restaurante abre às 7h 30m e fecha pelas 23h 30m durante a semana, abrindo pelas 10h ao fim de semana. Gosto de pequenos almoços e gosto da ideia de um restaurante como este que faz o seu pão, croissants... servir pequenos almoços dos mais simples aos mais substanciais.