Vou ter saudades...
Ontem de manhã quando acordei tinha isto à porta. Gosto muito de me levantar e ir ali buscar o leite para o pequeno almoço. Gosto também que venha em garrafas de vidro. Acabei agora de fazer a encomenda para amanhã - leite e ovos - e de pôr 4 garrafas vazias à porta, para serem levadas para reutilização.
Nunca vi quem me vem pôr estas coisas à porta, tal como Anna Turns, jornalista do The Guardian, não tinha visto, até recentemente, quem deixa o seu leite à porta. Porém, há alguns dias acompanhou o leiteiro na sua ronda, e escreveu o artigo Best in glass - can the return of the milkround help squash our plastic problem? sobre este serviço que tem vindo a crescer. Curiosamente, esteve em declínio nos últimos 20 anos, mas a tendência inverteu-se. Procura-se um consumo de proximidade e maior humanidade, e o conforto de abrir a porta de manhã e ali estar o que precisamos e pedimos na véspera (no meu caso os pedidos são on-line e posso fazê-los até à meia noite para serem entregues na manhã seguinte, bem cedo). Mas não é apenas isto, a tendência crescente de reduzir a quantidade de plástico utilizada, e a consciencialização para esse aspeto, parecem ser outras das razões.
Segundo o artigo, nas últimas semanas tem havido uma grande procura por parte de novos clientes, o leiteiro que a jornalista do The Guardian acompanhou diz que em média estão a receber 9 novos pedidos por dia. Diz ainda acreditar que o programa da BBC Blue Planet II foi um dos incentivos.
Um serviço de que gosto muito, mas que acho muito difícil de implementar numa cidade com as características de Lisboa, sendo mais fácil aqui, onde predominam pequenas vivendas. Mas vou ter saudades... Muitas saudades.