Uma viagem à volta do mundo
“Diz-me o que comes; dir-te-ei quem és.” disse Brillat-Savarin no seu livro A Fisiologia do Gosto.
Cerca de um século depois Eça de Queiroz, em Notas Contemporâneas, disse:
“Diz-me o que comes, dir-te-ei o que és. O carácter de uma raça pode ser deduzido simplesmente do seu método de assar a carne. Um lombo de vaca preparado em Portugal, em França, ou Inglaterra, faz compreender talvez melhor as diferenças intelectuais destes três povos do que o estudo das suas literaturas.”
Para mim, o que disseram, faz todo o sentido. As cozinhas dos diferentes povos reflectem a sua história, cultura, e forma de estar na vida. Viajar à mesa, permite saber muito sobre as características de quem vive em locais que nunca pisámos.
Já viajei à mesa por bem mais países do que aqueles em que estive. Essas viagens proporcionaram-me imenso prazer. Mas, mais do que isso, foram uma fonte de enorme aprendizagem sobre as características dos vários povos, sobre as suas técnicas de cozinha, produtos e sabores. Fascinante!
Vivemos uma época difícil, em que é importante, e urgente, conhecer melhor outras culturas e povos. Criar laços. Fazê-lo à mesa é uma das formas possíveis.
Se estas viagens já eram para mim um hábito e um prazer, apetece-me agora torná-las ainda mais frequentes. Felizmente em Lisboa é cada vez mais fácil viajar à mesa. São muitos os destinos possíveis… mais de 40!
A viagem à volta do mundo vai começar!
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