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Assins & Assados

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04
Mai19

La Fauxmagerie - e os seus falsos queijos

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Andava eu há dias a Flâner no Mercado de Brixton...

 

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Quando de repente, inesperadamente, dou de caras com a La Fauxmagerie.

 

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A estória até podia ser assim, mas não foi. 

 

A La Fauxmagerie abriu em Londres no início de Fevereiro, surgiram de repente na imprensa imensos artigos sobre esta loja que vende "queijos" à base de plantas. Falavam do sucesso que fazia, das filas`porta... Fiquei curiosa e decidi que quando voltasse a Inglaterra lá iria com a minha filha. Aconteceu agora pela altura da Páscoa. Foi essa  razão que me levou ao mercado de Brixton. Já agora, depois de visitar a loja foi um prazer Flâner pelo mercado.

 

Voltando à loja, ela pertence a duas jovens irmãs uma delas intolerante à lactose e outra vegana. As duas gostavam de queijo e decidiram abrir um loja com produtos de qualidade, à base de plantas, desenvolvidos para substituir o queijo. O objetivo é oferecerem produtos para pessoas que por razões éticas ou de saúde não consomem queijo, e assim não tenham que ser privadas de um sabor e um hábito de consumo que tinham antes. Mas, para além disso, consideram que os produtos que vendem valem por si e que a sua qualidade os torna atraentes até para aqueles que comem queijo. Para além do falso queijo vendem também bom pão, compotas e um produto que imita o mel (dizem que muito bem).

 

Logo após a abertura a associação dos produtores de queijos ingleses (Dairy UK) contactou-as a pedir para removerem a palavra "cheese" e tudo o que estava relacionado com a loja. Dizem que é enganador. Elas responderam-lhes convidando-os a visitar a loja, pois teriam muito gosto em lhes mostrar e dar a provar os produtos que vendem. Disseram-lhes que havia espaço no mercado para todos.  Disseram ainda que a palavra "cheese" vem da palavras "kwat" do Proto-Indo-Europeu, que significa fermentado ou ácido, e que os queijos que vendem obtidos com base em cajus, ou outros frutos secos, e em soja, são também fermentados. Dá que pensar... E também dá que pensar porque é que os produtores de queijo se preocupam tanto com uma pequena loja no mercado de Brixton que vende produtos produzidos artesanalmente e em pequena escala, também por um conjunto de jovens.

 

Quando entrei na loja quase fiquei desiludida... era tão, tão pequena! Apenas um balcão com queijos que tinha menos de 1m2. Ainda tinha uma grande variedade, mas era meio da tarde de sábado e muitos já existiam em pequena quantidade. 

 

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Provámos vários e fui ficando mais entusiasmada, valiam por si, eu comeria qualquer um deles com prazer. Saímos com um conjunto de queijos:

 

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Um tipo cammembert da Mouse's Favourite,  o Nerominded - Black Trufle da I Am Nut OK (uma base de caju fermentada, com carvão ativado e óleo de trufa negra). No interior uns veios dourados de curcuma e por cima também polvilhado com curcuma. Lindíssmo e bastante bom. Já que a minha foto não lhe faz justiça, aqui fica a foto do site.

 

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Trouxemos ainda outro queijo lindíssimo com espirulina da Kinda Co. 

 

Os quatro muito bons, com um aspeto atraente e que eu comeria por aquilo que valem.

 

Já tenho saudades...

 

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Hei-de voltar para Flâner mais um pouco no Mercado de Brixton e comprar mais uns queijos veganos.

 

 

28
Jan17

O renovado Mercado de Arroios

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O mercado de Arroios é bem pertinho de minha casa.  Vai fazer este ano 75 anos e frequento-o há 40 anos. Não tantas vezes quanto gostaria... os horários dos mercados não são muito amigos de quem trabalha a semana inteira e, ainda menos, se ao sábado quer preguiçar um pouco. Hoje dei uma saltinho até lá, era o dia da re-abertura depois de um longo período de obras de remodelações. Tinha curiosidade de ver como estava. 

 

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Ao entrar fiquei contente e bem aliviada. Um mercado mais animado e frequentado do que o via há muito (dia de re-abertura e curiosidade certamente), mas o que encontrei foi o mercado do costume, com as caras do costume.

 

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Foi bom, o processo de gentrificação a que os mercados têm sido sujeitos não me encanta, nem me atrai. Sempre defendi que se deveria pensar nos mercados como mercados e actualizá-los, seja integrando nas bancas produtos com outras características, seja dando formação aos vendedores para que as coisas possam ser mais atraentes (mais qualidade, melhor apresentação), seja alterando horários e tornando-os mais compatíveis com o nosso modo de vida... mas devem ser mercados. Felizmente o meu mercado continua um mercado!

 

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Ainda há bancas por ocupar, e esperemos que breve o mercado ofereça uma maior diversidade de produtos, e que esses representem a diversidade étnica da freguesia de Arroios. No centro há uma zona para eventos e, segundo compreendi, no último fim de semana de cada mês terá lugar um mercado com artesanato e produtos regionais.

 

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Os mercados também devem ser espaços de educação, e este vai ter essa componente. Estão previstas acções de educação sobre alimentação para crianças e jovens e há um espaço criança.

 

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Lembro-me muitas vezes de um espaço que vi uma vez no mercado de Leeds onde as pessoas se podiam inscrever e eram dadas aulas sobre conhecimentos básicos de cozinha para pessoas que não sabiam cozinhar. Isto como forma de educação alimentar. As aulas começavam com as compras no próprio mercado, para que conhecessem novos produtos e aprendessem a escolher, e continuavam com a sua preparação e finalmente eram cozinhados alguns pratos. Achei uma iniciativa interessante, que se calhar poderia ter lugar nestes mercados que se pretendem re-animar.

 

Vai ainda ser construída no topo do mercado uma estufa hidropónica, sem recurso a solo, uma iniciativa da start-up Lisbon Farmers, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Arroios. Serão ali produzidos alimentos hortícolas e ervas aromáticas que serão escoados no próprio mercado. 

 

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Nos últimos meses já abriram alguns restaurantes nas lojas exteriores do mercado. Embora tenham janelas, e mesmo entradas, do lado do mercado, entra-se principalmente pelo exterior.

 

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Este último é de Paulo Dionísio que tem um talho ao lado. Hoje estava no talho a atender os clientes, mas já fui algumas vezes jantar ao restaurante (que serve boa carne) e vejo-o sempre por lá.

 

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Irão abrir outros espaços, nomeadamente o Mezze dinamizado pela associação Pão a Pão - Projecto de Integração de Refugiados.

 

Foi hoje, no Mercado de Arroios, também lançada a marca "Mercados de Lisboa" que envolverá os 25 mercados de Lisboa, cuja imagem e qualidade serão melhorados.

 

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Hoje fiquei com vontade de ir mais vezes ao mercado, e tenho muita curiosidade de ver como vai evoluir. 

22
Out16

Farmers Market de St Andrews

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Continuando pela Escócia, desta vez por St Andrews, depois de uma visita à catedral (em cima), à universidade (a 3ª mais antiga em países de língua inglesa, a mais antiga da Escócia, e onde o Príncipe William conheceu Kate), e uma espreitadela aos campos de golfe (inevitável, sempre é o campo de golfe mais antigo do mundo), foi a vez de visitar o  farmers market. Gosto sempre de visitar os farmers markets no Reino Unido, em geral muito concorridos, e com produtos diferentes e formas diferentes de os expor. Apesar do mercado estar nesse dia com menos bancas do que é habitual (tempo de férias), valeu a pena. É uma excelente forma de conhecer mais profundamente um local, quem o habita e os seus hábitos alimentares.

 

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E ali bem perto a loja e queijos era maravilhosa!

 

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01
Out16

Mercado do Peixe de Fortaleza

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Visitar um mercado é sempre uma forma de conhecer um local e de tomar contacto com a diversidade de pessoas que o habitam, a sua forma de vida e os seus hábitos alimentares. Gostei de ir ao Mercado do Peixe em Fortaleza no Brasil.

 

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Logo ali, junto às bancas, uma esplanada a que é impossível resistir.

 

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Comprámos uns camarões, sentámo-nos e o empregado veio perguntar como queríamos que os cozinhassem. É óptimo poder comprar o peixe e logo ali pedir para ser cozinhado.

 

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Minutos depois ali estavam eles!

 

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Com um cerveja bem gelada, e esta vista magnífica!

 

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02
Jul16

Mercado da Ribeira - os tempos mudam, os hábitos mudam e as mudanças deixam marcas.

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Mercado da Ribeira, um sábado ao fim da manhã. Quase ninguém... Podia ficar pela beleza de alguns produtos expostos.

 

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Mas não dá para enganar. Fiquei triste. A decadência do mercado propriamente dito deixou-me um gosto amargo. Os tempos mudam, os hábitos mudam. As mudanças deixam marcas. E nos mercados deixaram marcas muito fortes. Na zona de mercado da Ribeira também. Um mercado vazio, muito vazio. Um panorama que contrasta com o que o rodeia - o processo de gentrificação da zona e de parte do mercado. 

 

Passei pela zona de alimentação. Cheia, muito cheia. Questionei-me se aquelas pessoas encontravam ali o que procuravam. Questionei-me sobre que tipo de experiência procuravam. Sobre se as expectativas eram satisfeitas. Já, em tempos, me fui lá sentar a ver se descobria o que atraía tanta gente. Não consegui descobrir.

 

Voltei para o mercado. Passei pela banca onde uma senhora de idade avançada com as mãos deformadas pelos anos, e sobretudo pelo trabalho, vendia flores que fazia com malaguetas, papel e sacos de plástico. Não resisti a trazer uma flor, e uma história de vida veio atrás. Tanto de ternura e de ingenuidade, o que possivelmente se perdeu do outro lado. Mas o mundo é outro... os tempos mudam, os hábitos mudam. As mudanças deixam marcas.

 

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Atravessei a rua, na tasca em frente servia-se comida portuguesa, genuína, boa... mas o tempo passou, e ali não... Dava que pensar. De um lado passou demasiado depressa, levando quase tudo à frente. Do outro não acompanhou os tempos. Notava-se alguma decadência.

 

Como atingir o equilíbrio? Como conseguir o melhor dos dois mundos - do que passou e deste em que vivemos? Como conseguir que umas coisas puxem pelas outras?

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