Pani Puri – o fascinante engenho humano e a ajuda do glúten
Tudo começou com uma conversa ao telefone.
“Mãe, fui hoje a um festival e havia uma banca indiana que vendia Pani Puri. São umas bolas ocas que se enchem com vegetais e um molho. Vou descobrir um restaurante onde haja e quando vieres cá vamos comer.”
E assim foi. Num dia de chuva (muita chuva) lá fomos em busca do Deepalis, um pequeno restaurante de comida vegetariana do sul da Índia em Birmingham. Ao entrarmos descobrimos que também faziam bolos de noiva. De modo que comemos rodeados por enormes bolos. Um ambiente curioso para uma nova experiência.
Pani Puri são pequenas esferas ocas (puri) recheadas com uma água (pani) aromatizada, vegetais ou outros ingredientes. As esferas são feitas com uma massa frita. O glúten das farinhas usadas e a textura da massa, em particular a quantidade certa de água, fazem com que os discos de massa ao serem fritos se transformem numas esferas crocantes e ocas.
Para comer faz-se, com um dedo, um buraco na esfera e recheia-se com os outros componentes. Come-se de uma só vez.
Acho fascinante como o engenho e arte humana conseguiram transformar ingredientes básicos num prato tão elaborado. Tenho aprendido tanto ao longo da vida em restaurantes simples, de cozinhas étnicas. Aprendido sobre técnicas, sobre sabores e suas combinações, sobre a forma como se transforma uma necessidade básica em algo com um elevado nível de sofisticação. Não são estas combinações de sabores e técnicas que tantas vezes servem de inspiração e base em tantos restaurantes de topo, com cozinha de autor?
A comida é de facto fascinante! E as técnicas desenvolvidas pelo engenho e arte humanos, e usadas para transformar os, bons e menos bons, produtos são sempre uma fonte de aprendizagem e de espanto!
Um vídeo demonstrando a preparação do pani puri.