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08
Jun16

Os meus funis de fios de ovos - verdadeiros tesouros

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Gosto muito de doces de ovos. Qualquer doce de ovos. Porque são muito bons. Se os tenho não paro... por isso o melhor é nem fazer, nem comprar... vá lá só de vez em quando... muito de vez em quando.

 

Gosto muito de doces de ovos, quaisquer doces de ovos. Porque são o resultado de um nível espantoso de criatividade e sofisticação. Quem é que imagina pegar em ovos, e particularmente gemas, e açúcar e transformá-los numa panóplia de produtos com diferentes texturas, aspectos e até sabores, e que provocam uma variedade de sensações. Do conforto que dá uma tigela de ovos moles, à delicadeza de umas trouxas de ovos, ou à doce espuma de umas fatias de Tomar... Tudo é delicioso.

 

Mas hoje é dia de fios de ovos.  Que aprendi a fazer há muitos anos. Queria aprender a cozinhar, fui à lista telefónica e a única escola de cozinha que encontrei era... no prédio em frente ao meu, no mesmo andar que eu, ou seja, exactamente do outro lado da rua. Fui para a janela, para ver se via quem atendia, e telefonei para lá. Não vi ninguém. 70 aulas, aprendia-se a fazer tudo com a D. Iolanda. Se queria em grupo ou individual? Em grupo que era mais barato. Nas 70 aulas, entre janeiro e maio de 1981, o grupo fui sempre só eu. A D. Iolanda fazia, eu via, e anotava. Tenho quatro cadernos com as notas. Talvez um dia copie aquelas receitas e faça um livrinho. Depois trazia o jantar para casa.

 

Foi com a D. Iolanda que aprendi a fazer desde massa folhada e pastéis de nata a caldeirada de enguias (tive pesadelos nessa noite, só me lembrava das enguias aos saltos, a agonizarem), de galantine de frango a bolas de Berlim e até um bolo de noiva. Está tudo naqueles livrinhos. Até leitão à Bairrada. Pergunto-me como teria sido feito. De certeza que não foi com um leitão... havia que simplificar algumas coisas. O grupo fui sempre só eu. Foi com a D. Iolanda também que aprendi que manteiga de cacau, água de flor de laranjeira e o verdadeiro açafrão se compravam na farmácia. Estas dicas estão escritas na contracapa de um dos cadernos.

 

Foi também com a D. Iolanda que aprendi a fazer fios de ovos. Adorei aprender a pegar no funil, e sozinha conseguir fazer todo o processo. Comprei um funil de fios de ovos. Este:

 

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Foi muito usado para  Fios de ovos, Dom Rodrigos, Lampreias de ovos... Foi comigo quando fui um ano de sabática para Inglaterra. Achei imprescindível.

 

O meu irmão casou e eu fiz as lampreias de ovos para a boda. Penso que umas seis. Com este funil era complicado. Comprei outro, que facilitava muito a vida.

 

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Os anos deixaram-lhes marcas. Mas para mim são tesouros. A vida mudou... e eu raramente faço fios de ovos. E estes tesouros foram substituídos por um outro funil, mais de acordo com os requisitos actuais. Também um tesouro.

 

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Tenho que fazer fios de ovos um dia destes!

 

 

 

 

 

2 comentários

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    Paulina Mata 12.06.2016

    Obrigada pelo comentário João Diniz.

    Há muito que não faço fios de ovos. Um dias destes vou fazer de novo para ver se ainda não perdi o jeito. Talvez depois disso faça uma descrição mais completa, com as notas que tirei na D. Iolanda.
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