A minha panela de Fatias de Tomar - verdadeiro tesouro
Se pesquisar na memória, as imagens mais antigas que tenho das Fatias de Tomar, ou Fatias da China como alguns lhe chamam, são de uns grandes pratos cheios de Fatias de Tomar em calda de açúcar que via na montra da Martins & Costa, uma mercearia fina que havia na Rua do Carmo e que ardeu no incêndio de 1988.
Penso que nunca as comprei, mas de cada fez que passava aquele doce misterioso intrigava-me. Como seria feito? Não me lembro quando as comi pela primeira vez, mas li como se fazia e comecei a fazer. Primeiro numa marmita oval, que fechava bem e que usava para as cozinhar em banho-maria. Mais tarde ofereceram-me esta panela para fazer Fatias de Tomar. Foi há mais de 20 anos. Lembro-me que me disseram na altura que só havia já uma pessoa a fazê-las em Tomar. Um tesouro!
Usei-a muitas vezes. É sempre um fascínio ver como duas dúzias de gemas se transformam num bolo fofo, que depois de cortado em fatias e destas serem passadas por uma calda de açúcar a ferver, para as ensopar, se torna neste doce delicioso.
Há muito que não as faço, mas tenho que fazer um dia destes... Há muito que não as vejo a vender. Em Tomar não as vi na lista de sobremesas dos restaurantes que visitei, a não ser no Hotel dos Templários. Foi lá que comi estas. Deliciosas!
PS
Depois deste post escrito encontrei esta entrevista feita pelo Fernando Melo a Maria de Lourdes Modesto, em que as Fatias de Tomar e da sua panela própria são referidas. Tendo até sido confeccionadas por Maria de Lourdes Modesto durante a entrevista.